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Polo de Manaus: Livoltek vai produzir motores elétricos para pescadores a partir de 2026

Por meio do projeto Pixundé, foram entregues equipamentos a 60 famílias de Careiro da Várzea para fase de testes; Objetivo é promover a transição energética na Amazônia

Foto: Angelo Vinicius/Sedecti

No próximo ano, o Polo Industrial de Manaus (PIM) será palco da produção de motores elétricos que prometem transformar a rotina de pescadores ribeirinhos e ampliar a autonomia tecnológica no Amazonas. A iniciativa pioneira, conduzida pela Livoltek, terá início em 2026 e visa substituir gradualmente os motores a combustível fóssil utilizados em embarcações menores.

Enquanto a produção local se aproxima, cerca de 60 famílias do município de Careiro da Várzea, localizado a 25 quilômetros de Manaus, receberam na sexta-feira (14/11) os primeiros motores elétricos para equipar suas rabetas. O equipamento integra o Projeto Pixundé, desenvolvido pela Livoltek em parceria com o Instituto Somar Amazônia e com apoio da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), com foco em sustentabilidade, eficiência energética e melhoria da qualidade de vida das comunidades pesqueiras.

“O carro elétrico é muito bom para o homem urbano, mas para o nosso homem do interior, que vive nos rios e igarapés, o que interessa é o motor de rabeta. Eles são dependentes do óleo diesel para fazer o motor funcionar. Agora, com a rabeta elétrica, estamos falando de economia, sustentabilidade, silêncio e qualidade de vida. É uma revolução”, disse o Secretário de Estado Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa, que esteve presente durante as entregas.

Para o pescador Adagilson Oliveira, com mais de 30 anos de experiência, a mudança representa um alívio financeiro e uma nova perspectiva para a atividade:

“A pesca é quase um jogo: um dia você ganha, no outro não. Quando precisamos gastar com gasolina, muitas vezes já começamos perdendo. Com o motor elétrico, a economia é grande. Se Deus quiser, vamos ter uma melhoria na vida. Isso vai ajudar muito para conseguirmos sustentar a família”, afirmou.

Polo de Manaus: Livoltek vai produzir motores elétricos para pescadores em 2026.

Foto: Secretaria-Geral

Gilmara Bandeira, outra beneficiária do projeto, destaca o impacto direto no orçamento familiar:

“Com a rabeta, eu gasto muito com dinheiro para colocar gasolina e agora eu vou economizar bastante para conseguir ir pescar. Agora não vou precisar mais gastar com gasolina. Agora estou animada para aprender a usar o motor elétrico”, comemorou.

Validação tecnológica e produção local

Inspirado no peixe elétrico amazônico, o Projeto Pixundé tem como meta testar e validar soluções que aumentem a autonomia e a sustentabilidade das comunidades ribeirinhas. Nos próximos seis meses, os pescadores irão utilizar os motores no dia a dia, fornecendo dados essenciais para aprimorar a tecnologia. A expectativa é reduzir os custos com combustíveis fósseis e manutenção, incentivando a adoção de fontes limpas de energia.

Orsine Júnior, diretor do Instituto Somar Amazônia, enfatiza o potencial transformador do projeto:

“O motor elétrico vai trazer uma economia de pelo menos um salário mínimo por mês às famílias dos pescadores. Ele não vai mais gastar com manutenção e combustível fóssil. Em breve, a Livoltek irá produzir os motores no Distrito Industrial de Manaus, então será feito do Amazônida para o Amazônida, gerando emprego e renda”.

Márcio Sousa, gerente da Livoltek em Manaus, reforça a importância da participação direta dos pescadores:

“Em um período de 6 meses, vamos envolver 60 pescadores. A ideia é trazer um feedback e um conceito de todos os pescadores para que a gente consiga ainda mais melhorar cada vez mais o projeto de motor da Livoltek”, explicou.

Até então importados da China, os motores elétricos entregues pelo Projeto Pixundé representam um marco na transição energética do Amazonas. A fabricação local, prevista para 2026, promete gerar empregos, reduzir custos e consolidar uma tecnologia sustentável feita para o próprio estado.

Com informações da assessoria

 

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