O debate sobre o futuro da Amazônia nunca foi tão urgente — nem tão complexo. De um lado, o avanço das fronteiras energéticas; de outro, o clamor por uma transição justa, que preserve a biodiversidade e fortaleça as comunidades que vivem da floresta. A edição 186 da Revista PIM Amazônia mergulha nesse ponto de encontro entre promessas e riscos, onde se definem as bases do desenvolvimento da próxima década.

A reportagem de capa — “Petróleo na Amazônia: riqueza em jogo entre promessas e riscos” — mostra como a busca por novas reservas de petróleo coloca o Brasil diante de uma decisão histórica: como explorar sem comprometer o que o mundo mais espera da Amazônia — seu papel de guardiã do equilíbrio climático global. As vozes ouvidas nesta edição expressam visões distintas, mas complementares: a da ciência que alerta, a da indústria que avança e a da sociedade que cobra desenvolvimento.

Enquanto isso, a Zona Franca de Manaus mantém sua força industrial e seu papel de âncora econômica da região. Dados recentes confirmam que Manaus lidera as importações brasileiras em 2025 e a produção industrial segue em alta, com o melhor agosto de motocicletas desde 2011. Esses resultados consolidam o modelo como referência em tecnologia, inovação e geração de empregos qualificados, pilares que sustentam a economia amazônica há mais de meio século.

O dinamismo industrial vem acompanhado de sinais de transformação. A Eletros, entidade símbolo do setor eletroeletrônico, completa 30 anos de trajetória celebrando o salto histórico da produção nacional — de 27 milhões para 130 milhões de aparelhos em três décadas — e reforçando a pauta da eficiência energética e da sustentabilidade como direção inevitável para o futuro da indústria.

O que se vê é uma região em transição — não apenas energética, mas de modelo mental. A Amazônia do século XXI precisa unir a ciência à indústria, a inovação ao conhecimento tradicional e o progresso à responsabilidade. Essa é a mensagem que permeia cada página desta edição.

Mais do que um território de recursos, a Amazônia é um laboratório vivo do futuro — onde se testam as soluções que definirão o equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade. Cabe a todos nós garantir que essa equação não se quebre.

Boa leitura!