Economia
Confiança da Construção sobe pelo 3º mês seguido e pessimismo diminui entre empresários do setor
Expectativa de redução da taxa de juros e medidas anunciadas pelo governo federal podem ajudar a explicar queda da falta de confiança
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção cresceu 0,8 ponto em novembro, chegando aos 49,2 pontos. O indicador continua abaixo da linha de 50 pontos, sinalizando que os empresários do setor ainda demonstram falta de confiança. Esse pessimismo, no entanto, é cada vez menor, uma vez que o índice acumula alta de 3,4 pontos desde setembro. Os dados fazem parte da Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (27/11).
A alta do índice foi puxada pelo indicador de expectativas, que subiu 0,9 ponto em novembro, para 51,6 pontos. Os industriais da construção estão mais otimistas com relação ao desempenho dos próprios negócios nos próximos meses e menos pessimistas com o futuro da economia.
“A falta de confiança dos empresários estava alta há três meses, mas enfraqueceu. É possível que essa melhora seja a antecipação de uma eventual redução da taxa de juros e do que pode acontecer no mercado por causa das medidas de estímulo ao setor anunciadas pelo governo”, avalia Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
Sondagem Indústria da Construção
O indicador de condições atuais cresceu 0,5 ponto, passando para 44,3 pontos. A ligeira melhora reflete uma avaliação menos negativa dos empresários do setor sobre a economia.
Expectativa de emprego fica estável, mas recua em compra de insumos
Apesar da melhora nas perspectivas mais amplas, os empresários apresentam cautela em pontos específicos da atividade industrial. Em novembro, o índice de expectativa de número de empregados permaneceu em 49,8 pontos. Abaixo da linha de 50 pontos, mostra perspectiva de queda nos postos de trabalho da indústria da construção. O índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços caiu 1,1 ponto, de 50,3 pontos para 49,2 pontos. Com isso, os empresários passaram a projetar queda do ritmo de lançamento de novos empreendimentos e serviços nos próximos meses.
O índice de expectativa de compras de insumos e matérias-primas caiu 0,7 ponto, para 50,2 pontos. O indicador passa a revelar projeção de estabilidade na aquisição desses itens. Já o indicador de expectativa de nível de atividade recuou 2 pontos, para 50,4 pontos, demonstrando expectativa moderada de alta do nível de atividade do setor.
Na mesma esteira, a intenção de investimento passou de 43,6 pontos para 42,3 pontos, interrompendo sequência duas altas consecutivas.
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Nível de atividade sobe, mas emprego cai
Em outubro, o índice que mede a evolução do nível de atividade da indústria da construção registrou 47,9 pontos, queda de meio ponto em relação a setembro. Com o movimento, o indicador se situa praticamente na média para os meses de outubro, que é de 47,8 pontos.
Por outro lado, o índice de evolução do número de empregados subiu 0,4 ponto, alcançando os 47,5 pontos em outubro. O indicador está acima da média para o mês (46,5 pontos).
Sobre a Sondagem Indústria da Construção
A Sondagem Indústria da Construção é uma pesquisa que mede a percepção dos empresários sobre níveis de atividade, emprego e Utilização da Capacidade Operacional (UCO) do setor, além de aferir a confiança, expectativas para uma série de variáveis e intenção de investimento dos industriais para os seis meses seguintes.
Para esta edição da Sondagem Indústria da Construção, a CNI consultou 301 empresas: 115 de pequeno porte; 125 de médio porte; e 61 de grande porte, entre 3 e 12 de novembro de 2025.
