Indústria
Veja 10 momentos importantes da indústria na COP30
A COP30 foi além da diplomacia climática, combinando aprovação do Pacote Político de Belém a elementos culturais e inovadores, como carimbó e cerveja de água reciclada de esgoto
A COP30 foi um mutirão de negociações, em meio a um calor amazônico que ia além do clima. Belém foi palco de um encontro diverso onde a indústria brasileira se posicionou como um agente de transformação.
Não foi apenas sobre diplomacia climática: entre a aprovação do Pacote Político de Belém e a promessa de um fundo multibilionário, o evento ganhou cores locais com o ritmo do carimbó, o carisma do mascote Curupira e com uma curiosa cerveja de água de esgoto reciclada.
Enquanto o estande da CNI recebia debates sobre descarbonização, o Legacy Report da SB COP, documento feito pelo setor privado, traçava um futuro para a Amazônia, para acrescentar R$ 40 bilhões ao PIB, criar 312 mil empregos e conservar 81 milhões de hectares de floresta.
A COP30 uniu a urgência da pauta global à vibrante identidade da Amazônia. E a gente reuniu aqui os 10 melhores momentos, confira!
1 – As negociações
A aprovação do Pacote Político de Belém e o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que somou US$ 6,6 bilhões para a conservação de florestas. Também houve avanços no Mecanismo de Transição Justa, na definição de 59 indicadores de adaptação”, além de progressos no alinhamento dos fluxos financeiros ao Acordo de Paris.
2 – Mapa gastronômico-climático
Na blue zone da COP30, entre um painel e outro, existiu um circuito paralelo que movimentou tanta gente quanto as negociações: o dos estandes que ofereciam comida e bebida.
Um mapa invisível que levou participantes a descobrir onde tinha, gratuitamente, café, chá, milho embalado a vácuo, vinho ao fim do dia ou até um leque personalizado. Cada delegação contou com uma estratégia para atrair visitantes e contar uma história.
Singapura, no entanto, ousou um pouco mais nesse mapa gastronômico-climático. O pavilhão ofereceu uma cerveja pilsner feita com água reciclada de sanitários. Quando contada, a informação provocou risos, sobrancelhas levantadas, celulares a postos para registrar a curiosidade e filas longas.
3 – Quando o carimbó participou de uma Conferência do Clima
Belém deu à COP30 uma dimensão que foi além das negociações. Durante duas semanas como capital do país, a cidade apresentou às delegações seus ritmos, sabores e manifestações culturais. O carimbó, marcado pelas saias coloridas e pelos tambores, se tornou um dos símbolos da experiência local. A arquitetura histórica, o artesanato das feiras, o açaí fresco e as noites quentes às margens do rio ajudaram a compor o ambiente que fez da conferência não apenas um evento diplomático, mas também um encontro com a identidade amazônica.
4 – Público e articulação no estande da CNI
O estande da CNI recebeu 7.736 visitantes na COP30, mesmo com os dados de quinta-feira (20) contabilizados apenas até 13h, por causa do incêndio registrado na blue zone. De 10 a 20 de novembro, passaram pelo espaço presidentes de federações de indústrias do país, CEOs de grandes empresas, ministros, deputados estaduais e federais, além de especialistas em meio ambiente e inovação. Jornalistas brasileiros e internacionais também circularam pelo estande, que se consolidou como um pontos de encontro para debates sobre descarbonização, financiamento climático e transição energética.
5 – PINs
Se a gente achava que a febre dos bottons era apenas na robótica, isso caiu por terra na COP30. A troca de PINs também foi um momento à parte na Conferência do Clima. Delegações, especialistas e visitantes entraram na onda do troca troca de PINs. Em muitos pavilhões, os PINs eram entregues ao final de apresentações ou atividades. A estratégia não foi apenas uma forma de atrair público, mas para ajudar a mostrar o que cada instituição faz pela agenda climática. Esses bottons também funcionam como uma tentativa de aproximar o tema da sustentabilidade de um público mais amplo, para além de universidades e especialistas.
6 – Reunião Lula
Uma reunião importante marcou a reta final das negociações da COP30. O presidente da Federação das Indústrias do Pará (FIEPA), Alex Carvalho, e o chair da Sustainable Business COP (SB COP), Ricardo Mussa, se reuniram com o presidente Lula para mostrar como o setor privado tem sido um motor essencial para impulsionar a inovação e o investimento que contribuem para uma economia de baixo carbono.
“A mensagem que o presidente deixou para a gente nessa reunião foi primeiro de orgulho… também de implementação e da participação no setor privado, que ele é capaz de manter o multilateralismo de pé e que o papel do setor privado é imperativo para isso”, resumiu o chair da SB COP.
7 – Cases do setor produtivo premiados
Durante o encontro do setor privado na COP30 – SB COP Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono – , foram premiadas 48 iniciativas de destaque do setor produtivo em mais de 14 países, empresas que demonstram esforços concretos e de alto impacto na transição climáticas.
Os cases foram anunciados em 15 de outubro, no evento Pré-COP30: O Papel do Setor Privado na Agenda de Clima, mas foram reconhecidos oficialmente na COP30. Foram destacados 19 cases nacionais entre os vencedores, que abordam temas como restauração da Amazônia, produção sustentável, cidades neutras em carbono e reciclagem em larga escala.
8 – Recomendações do setor privado
Uma das grandes projeções no caminho da sustentabilidade está no Legacy Report, documento que foi apresentado na COP30 e consolida as recomendações do setor privado para as negociações da Conferência e apresenta caminhos concretos para acelerar a agenda da sustentabilidade no Brasil.
O relatório projeta 312 mil empregos e R$ 40 bilhões ao PIB. O SB COP Legacy Report foi elaborado para traçar uma trajetória de desenvolvimento sustentável para o país responsável por sediar a COP. O foco da primeira edição do documento foi o Brasil e, em especial, a Amazônia. Assim, no próximo ano, o relatório será voltado ao país anfitrião da COP31.
O documento, peça importante na COP30 foi, inclusive, entregue ao presidente Lula, em reunião com o setor privado.
9 – Estudos CNI na COP
A CNI lançou dois estudos na COP30. Um deles elenca 24 ações para viabilizar a nova meta global de financiamento climático (NCQG). Foi um compromisso aprovado na COP29 em Baku (Azerbaijão), que prevê mobilizar US$ 300 bilhões por ano até 2035, com possibilidade de chegar a US$ 1,3 trilhão por ano a partir de fontes públicas, privadas, bilaterais e multilaterais.
Um ponto importante é que, além de propor ações estratégicas, o estudo destaca oportunidades para o Brasil no novo cenário global. Neste ano, o Fundo Clima conta com orçamento recorde de R$ 21,2 bilhões, representando uma janela importante para financiar projetos nacionais.
O outro estudo foi o de certificação do hidrogênio de baixo carbono (H₂BC). A análise indica que o hidrogênio pode ser um instrumento importante para que o Brasil avance na descarbonização da indústria e dos transportes pesados.
A análise destaca que, embora o país tenha grande potencial para liderar o mercado, será importante estabelecer um sistema de certificação confiável e bem estruturado para garantir credibilidade ambiental, atrair investimentos e permitir o acesso a políticas de incentivo.
10 – Curupira, o astro da COP30
O mascote oficial da COP30 se tornou um dos personagens mais disputados da conferência em Belém. Credenciado como “delegado”, o Curupira, guardião das florestas do folclore amazônico, atraiu filas de participantes que buscavam abraços e, principalmente, selfies. Sua circulação pelos pavilhões rendeu aparições ao lado de chefes de Estado, além de participações em recepções e coletivas de imprensa. O fenômeno se espalhou até para as redes sociais. Fotos com o personagem foram compartilhadas até pela diretora-executiva da COP30, Ana Toni. No comércio local, lembrancinhas inspiradas no Curupira dominaram as vitrines, e até os pins distribuídos aos credenciados viraram item cobiçado por participantes e staff da ONU.
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Fonte: Agência de Notícias da Indústria
