Perfil Empresarial
Em Careiro da Várzea (AM), Náutica Eucana e Livoltek testam motores elétricos em rabetas
Grupo Livoltek anunciou, este mês, que vai produzir propulsores elétricos no PIM a partir de 2026
As empresas Náutica Eucana e Livoltek Power Brasil firmaram parceria para desenvolver o Projeto Pixundé, que pretende substituir os tradicionais motores a combustão das rabetas por motores elétricos. O projeto-piloto selecionou 60 pescadores de Careiro da Várzea, no Amazonas, para testar os novos equipamentos por um período de seis meses. A ideia é validar a tecnologia em condições reais de uso.
A expectativa é reduzir custos com combustível, diminuir a necessidade de manutenção e mitigar impactos ambientais nos rios amazônicos.
“Estamos conhecendo um produto com muito potencial da Livoltek, que são os motores elétricos. Já trabalhamos com botes há vários anos e, com essa parceria, vamos mostrar os testes para o consumidor, evidenciando as vantagens e a eficiência dos nossos botes integrados a essa nova tecnologia”, destacou John Jaime de Alencar, gestor comercial da Náutica Eucana.
Atualmente importados da China, os motores têm previsão de fabricação no Polo Industrial de Manaus a partir de 2026 pelo grupo Livoltek. A fabricação promete gerar empregos, reduzir custos e consolidar uma tecnologia sustentável feita para o próprio estado.
“Nossa fábrica no Polo Industrial de Manaus será a ponta de lança dessa transformação a partir de 2026. A nacionalização da produção desses motores elétricos é fundamental para garantir a escala e a manutenção necessárias para o Projeto Pixundé”, informou o gerente da Livoltek, Márcio Sousa, durante a entrega dos propulsores, que ocorreu no último dia 14.
Benefícios
Na mesma ocasião, Wilton Moura, diretor comercial da Livoltek, lembrou alguns benefícios da tecnologia:
“Não vai ter queima de combustível fóssil, não vai ter o problema de jogar óleo na água poluindo os rios e evitando a mortandade de peixe, [e vai ter] ruído zero, o que é muito legal também porque incomoda muito o barulho para quem está pilotando o barco”, explicou.
Náutica Eucana
A Náutica Eucana, sediada em Careiro da Várzea, se destaca na fabricação de canoas e botes de alumínio naval, produtos essenciais para o transporte ribeirinho na Amazônia. Com 52 colaboradores diretos e operação em turno comercial, a fábrica mantém uma produção semanal entre 100 e 120 embarcações, todas feitas integralmente em alumínio naval e solda especializada. Além da alta escala produtiva, a empresa adota práticas sustentáveis, recolhendo e separando todas as sobras de pó, chapas e perfis para envio à reciclagem, reduzindo desperdícios e fortalecendo o ciclo de reaproveitamento de materiais.
Livoltek
Segundo informou a Suframa, em setembro, a unidade da Livoltek em Manaus reunia cerca de 80 colaboradores em um turno de produção, responsável por fabricar inversores e carregadores de energia. A empresa projeta a construção de três novos galpões até 2026, etapa que deve elevar o quadro para aproximadamente 300 empregos diretos e 700 indiretos, reforçando a expansão da indústria de tecnologias limpas no Amazonas.
Projeto Pixundé
A iniciativa, conduzida pela Livoltek em parceria com instituições locais, entre elas o Instituto Somar Amazônia, e com cooperação técnica da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), visa reduzir os gastos com combustível, diminuir a manutenção das embarcações e mitigar os impactos ambientais nos rios.
O projeto tem sido apresentado como exemplo de mobilidade fluvial sustentável e de transição energética adaptada às necessidades das comunidades ribeirinhas.
Fotos: Livoltek/Redes Sociais
