REVISTA DIGITAL
Edição 188
"QUEREMOS UMA ECONOMIA DE BASE FLORESTAL, QUE UNA PRODUÇÃO, CONSERVAÇÃO E CONHECIMENTO"
O mês de novembro chega marcado por um conjunto de movimentos estratégicos que reforçam a centralidade da Amazônia no debate sobre desenvolvimento econômico, logística, ciência e sustentabilidade. A região vive um período de reorganização de prioridades, com avanços que — se bem articulados — apontam para um novo ciclo de oportunidades no qual a bioeconomia, a integração territorial e a inovação passam a ocupar posição decisiva.
Nesta edição, PIM Amazônia entrevistou o diretor do Inpa, Henrique dos Santos Pereira, que destacou um ponto que atravessa toda a agenda pública atual: a necessidade de construir uma economia de base florestal que una produção, conservação e conhecimento. O Inpa, há mais de sete décadas, reafirma seu papel como instrumento de soberania científica nacional e referência internacional em biologia tropical. Agora, a instituição se prepara para um novo momento — ampliando parcerias, expandindo sua presença territorial e fortalecendo caminhos para transformar pesquisa em soluções concretas para a sociedade e para o setor produtivo.
Enquanto isso, a infraestrutura logística da Amazônia avança. O município de Itacoatiara consolida-se como ponto estratégico para o escoamento de cargas agrícolas e industriais, integrando modais e ampliando a eficiência de corredores fluviais essenciais para o país. O anúncio da conclusão da Rota Amazônica, conectando Manaus ao Pacífico por um corredor majoritariamente hidroviário, reforça ainda mais essa tendência de inserção internacional e redução de custos logísticos.
Os números recentes do Polo Industrial de Manaus confirmam esse ambiente favorável. Com faturamento recorde em setembro, o PIM demonstra resiliência, capacidade de adaptação e impacto direto na geração de empregos e renda. O fortalecimento da ZFM se soma a novas iniciativas que ampliam o alcance do modelo, como a integração de cidades da Amazônia Ocidental e do Amapá ao sistema de incentivos.
Neste cenário, políticas públicas e ações ambientais ganham protagonismo. O primeiro contrato de REDD+ em uma unidade de conservação do Amazonas, a proposta de criação de uma Bolsa de Carbono Verde, e os planos estaduais de Bioeconomia e Transição Energética evidenciam a busca por mecanismos mais modernos, transparentes e eficientes para financiar a conservação e estimular atividades de baixo carbono.
A agenda regulatória nacional também avança, com a aprovação da nova faixa de isenção do Imposto de Renda e com regras mais claras para o vale-alimentação e o vale-refeição, medidas que impactam diretamente trabalhadores e empresas.
Com este conjunto de temas a edição de novembro reafirma o compromisso da PIM Amazônia com a produção de informação qualificada, capaz de traduzir a complexidade e as oportunidades da região em conteúdo claro, preciso e atual.
Boa leitura e até a próxima edição.
