A Amazônia vive um momento emblemático. De um lado, a descoberta de uma alta concentração de terras raras em Roraima reacende o debate sobre o papel estratégico da região na transição energética global. De outro, o avanço industrial e os novos investimentos em tecnologia e infraestrutura consolidam o Polo Industrial de Manaus como um protagonista do desenvolvimento sustentável brasileiro.

Nesta edição, a Revista PIM Amazônia destaca o potencial econômico das terras raras — o “ouro do século XXI” — e os desafios para que sua exploração ocorra com responsabilidade socioambiental e foco em agregar valor à cadeia produtiva nacional. A entrevista com a economista ecológica Sandra Buenafuente reforça essa visão: competir não é apenas extrair, mas refinar, transformar e gerar conhecimento e tecnologia.

Outro tema de destaque é o petróleo na Amazônia, que volta à pauta nacional com a retomada das discussões sobre a Margem Equatorial. A exploração dessa fronteira energética representa tanto oportunidades quanto riscos. Especialistas ouvidos por PIM Amazônia ressaltam a necessidade de equilíbrio entre soberania energética, preservação ambiental e desenvolvimento regional, especialmente em um momento em que o Brasil busca se firmar como potência global em energia limpa e sustentável.

E mesmo à essa agenda de oportunidades e desafios, a matéria “A Zona Franca não é tão franca assim” propõe uma reflexão sobre mitos e realidades do modelo econômico que sustenta o Amazonas há mais de cinco décadas. O texto questiona a percepção externa sobre o que se entende e se revela, com base em dados, vozes do setor, que o regime da Zona Franca de Manaus é antes de tudo uma política industrial estratégica e socioambiental, e não um privilégio regional.

O futuro da Amazônia passa pela integração entre indústria, energia, ciência e políticas públicas. A região tem potencial para liderar o Brasil na economia de baixo carbono, na inovação tecnológica e na valorização de seus próprios recursos — naturais e humanos.

Boa leitura!