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No Dia de Combate ao Câncer de Próstata, especialista reforça que superar tabus é passo decisivo para a saúde masculina

Resistência às consultas urológicas ainda atrasa o diagnóstico precoce, apesar das altas chances de cura quando o tumor é identificado no início

Foto: Divulgação

Neste 17 de novembro, data dedicada ao combate ao câncer de próstata no Brasil, profissionais de saúde voltam a chamar atenção para um desafio que não é apenas clínico, mas cultural: muitos homens ainda evitam o urologista por puro preconceito. Para o cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia no Amazonas, essa postura está diretamente ligada ao avanço silencioso da doença. “A resistência ainda existente em torno das consultas urológicas permanece sendo um dos principais obstáculos para o diagnóstico precoce, a principal forma de reduzir a mortalidade pela doença”, afirma.

Figliuolo lembra que o câncer de próstata figura entre os tumores mais comuns na população masculina brasileira. Ele reforça que 90% dos casos têm cura quando identificados precocemente, o que torna indispensável a rotina anual de rastreio, composta por avaliação clínica, exames laboratoriais e acompanhamento com especialistas. É essa estratégia que permite flagrar alterações antes do surgimento de sintomas.

Segundo o médico, a Sociedade Brasileira de Urologia tem buscado enfrentar essa barreira cultural por meio de campanhas contínuas, como o tradicional Novembro Azul e iniciativas como a Vem pro Uro. A ideia é aproximar o homem do consultório e transformar a visão sobre o cuidado preventivo. 

“As ações da SBU têm contribuído para desmistificar o atendimento urológico, incentivando os homens a procurarem o especialista regularmente e compreendendo a consulta não como tabu, mas como uma prática de prevenção e responsabilidade com a própria vida”, destaca o uro-oncologista, que atua há mais de duas décadas na área.

Prevenção diária e acompanhamento constante

Além da ida regular ao urologista, recomendada ao menos duas vezes ao ano, Figliuolo lembra que o estilo de vida também influencia diretamente na prevenção.

“A adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, manutenção do peso adequado, redução do consumo de álcool e abandono do tabagismo, ajuda a diminuir o risco de diversos tipos de câncer, incluindo o de próstata”, orienta.

No Dia de Combate ao Câncer de Próstata, especialista reforça que superar tabus é passo decisivo para a saúde masculina.

Cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo. Foto: Rodrigo Santos/SES-AM

Para o especialista, a mensagem deste 17 de novembro é direta: vencer o preconceito, buscar informação e assumir uma postura ativa diante da própria saúde.

“O cuidado começa com atitudes simples, mas essenciais. Procurar o urologista, realizar o rastreio e adotar práticas saudáveis são passos fundamentais para garantir mais saúde, qualidade de vida e longevidade aos homens. Além disso, é importante destacar que o protocolo de rastreio, com a avaliação clínica e o toque retal, aliado ao exame de sangue para a dosagem do PSA, não deve ser ignorado. O homem que faz a sua parte tem vida plena e menos preocupações ao longo da vida”, afirma.

Sinais de alerta

O câncer de próstata costuma evoluir de forma silenciosa, sem manifestações clínicas no início. Por isso, a detecção só é possível com o rastreamento. Nas fases mais avançadas, porém, o corpo passa a emitir sinais que exigem atenção imediata, conforme lista Figliuolo:

  • Dificuldade para urinar
  • Jato urinário fraco ou interrompido
  • Aumento da frequência urinária, sobretudo durante a noite
  • Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga
  • Ardência ao urinar (menos comum)
  • Dor óssea, especialmente na coluna, quadris e costelas
  • Dor ao ejacular
  • Sangue na urina ou no sêmen
  • Perda de peso sem causa aparente
  • Fraqueza ou dormência nas pernas, quando há compressão de nervos

Com informação e acompanhamento regular, reforça o especialista, é possível enfrentar o câncer de próstata com mais chances de cura e qualidade de vida.

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