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Dezembro pode ter chuvas abaixo da média no Norte

Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) diz que previsão será de chuvas próximas ou abaixo da média do mês em áreas como o oeste do Amazonas, leste do Pará e no Tocantins

Chuva na Estação das Docas, um dos principais pontos turísticos de Belém (PA). Foto: Dedé Mesquita

Da Redação, com informações do Inmet e G1

A poucos dias do início do último mês do ano, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou a previsão para o país, com indicação de de chuvas próximas ou abaixo da média do mês em áreas da Região Norte, como o oeste do Amazonas, leste do Pará e Tocantins, além de grande parte da Região Nordeste, com volumes previstos inferiores a 200 milímetros (mm).

A previsão também indica que as temperaturas que deverão ser acima da média em grande parte do País, principalmente no leste da Região Norte e grande parte da Região Nordeste, onde as temperaturas médias podem superar 28ºC.

A região Norte, há meses vem sentido os efeitos da estiagem prolongada, que em outubro chegou a níveis alarmantes na Amazônia e segue impactando os estados da região – alguns, em maior proporção, como o Amazonas, onde, segundo o boletim oficial do governo do estado, todos os 62 municípios ainda estão em situação de emergência e 598 mil pessoas foram afetadas pela estiagem, até o momento.

Ainda assim, a chegada do período mais chuvoso na região, conhecido como inverno amazônico, vem trazendo boas notícias. O rio Negro, que neste ano atingiu o menor nível em 121 anos de medições, voltou a subir, chegando a encher 44 centímetros durante o último fim de semana, em Manaus. Nesta segunda-feira, 27, o nível do rio está em 14,09 metros.

No total, foram mais de 130 dias de vazante no rio Negro. Em outubro, o rio voltou a ensaiar uma subida, mas logo enfrentou um período de “repiquete”, que é o efeito sanfona das águas. Durante a última semana, o Rio Negro subiu 69 centímetros e mostrou que a bacia estava dando indícios de que iria começar a encher a cada dia.

Rio Negro seca de 2023 em Manaus. Na foto o Porto de Manaus em 23 de outubro de 2023 — Foto William Duarte Rede Amazonica
Rio Negro enfrentou mais de 130 dias vazante, mas tem voltado a subir, nos últimos dias. Foto: William Duarte/ Rede Amazônica

Demais regiões – Em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão indica chuvas acima da média e chuvas mais regulares, com volumes que podem superar os 300 mm em áreas de Mato Grosso, Goiás, centro-sul de Minas Gerais, nordeste de São Paulo e sul do Rio de Janeiro. No norte dos estados de Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo, as chuvas previstas poderão ser abaixo da média, com volumes inferiores a 200 mm.

Para a Região Sul, ainda são previstas chuvas acima da média nos estados do Paraná e Santa Catarina, onde são previstos volumes acima de 180 mm. Volumes inferiores, são previstos para o centro-sul do Rio Grande do Sul, onde as chuvas devem ser próximas ou ligeiramente abaixo da média.

Impacto na safra 2023/2024 – O prognóstico climático do Inmet para o mês de dezembro de 2023 e seu possível impacto na safra 2023/24 para as diferentes regiões produtoras indica que em áreas do Matopiba (região que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), os baixos volumes de chuva previstos ainda manterão os níveis de água no solo baixos, exceto em áreas do sul de Tocantins e extremo sudoeste da Bahia, onde haverá uma ligeira recuperação da umidade no solo. Essa condição poderá impactar a evolução do plantio e desenvolvimento inicial dos cultivos de primeira safra que já estão em andamento.

Em grande parte do Brasil Central, o retorno gradual das chuvas está sendo importante para a recuperação do armazenamento de água no solo, especialmente em áreas do norte de Mato Grosso e sul de Goiás. No geral, a umidade no solo será favorável para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, exceto em áreas do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, bem como no noroeste do Mato Grosso do Sul e sudoeste de Mato Grosso, onde os níveis de umidade poderão ser mais baixos.

Na Região Sul, os níveis de água no solo podem continuar elevados e beneficiar as fases iniciais dos cultivos de primeira safra. Contudo, em algumas áreas o excesso de chuvas poderá resultar em excedente hídrico e encharcamento do solo, impactando a colheita dos cultivos de inverno e impedir o avanço da semeadura dos cultivos de primeira safra.