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Entidades do setor produtivo se unem ao poder público por novas matrizes econômicas

Entrevista com Nelson Azevedo Neste domingo, um programa diferente mobilizou atores da economia para visitar negócios e agronegócios de Rio Preto da Eva, o município que está avançando na criação de novos negócios. Há alguns anos, Rio Preto se movimenta no contexto de uma economia que possa diversificar a fonte de oportunidades de emprego, renda […]

Entrevista com Nelson Azevedo

Neste domingo, um programa diferente mobilizou atores da economia para visitar negócios e agronegócios de Rio Preto da Eva, o município que está avançando na criação de novos negócios. Há alguns anos, Rio Preto se movimenta no contexto de uma economia que possa diversificar a fonte de oportunidades de emprego, renda e arrecadação para o Amazonas. Essa efervescência se destaca com a citricultura, a piscicultura, Agroindústria das frutas, entre outras iniciativas que tem sido objeto de atenção da Indústria, através do Comitê de Apoio ao Desenvolvimento do Agronegócio (CADAAM). Criado sob a coordenação do empresário Nelson Azevedo, o Comitê foi instalado na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), e funciona com o propósito de fomentar novas matrizes econômicas a partir das potencialidades naturais do Estado do Amazonas. Dele fazem parte FIEAM, CIEAM, FAEA, FECOMÉRCIO, Seplan, Suframa, Idam, Sepror, instituições acadêmicas, produtores rurais, entre outros. É sobre isso a entrevista com o empresário Nelson Azevedo.

Follow Up – Qual foi o roteiro dessa viagem a Rio Preto da Eva, e quem participou da missão?

Nelson Azevedo – o roteiro é avançar na mobilização de diversos atores para implantação do Distrito Agroindustrial de Rio Preto da Eva, uma iniciativa Interinstitucional, e os atores da caravana foram Suframa, Alfredo Menezes, FIEAM, Nelson, Seplan, Jório Veiga e Ipaam, Juliano Valente. Todos esses órgãos integram o Comitê de Agroindústria e se propõem a trabalhar de forma sincronizada, somando esforços e compartilhando recursos.

FUp – Historicamente é complicado executar projetos entre entes federais, estaduais, municipais e o setor privado. Como você conseguiu juntar tantos atores em torno de um projeto?

N.A. – Tudo ficou mais fácil com as mudanças promovidas pela Suframa para repasse de lotes no Distrito Agropecuário da Autarquia. A principal novidade é que, a partir de agora, a ocupação de lotes se dará por procedimento licitatório. E os interessados, além de realizarem cadastro na Suframa, deverão também apresentar projeto técnico-econômico detalhando as atividades em agricultura, pecuária, silvicultura, aquicultura, mineração, turismo ecológico, extrativismo vegetal e processos agroindustriais, entre outras. Acabou o clientelismo com as terras públicas.

FUp – E de onde partiu a ideia do Distrito Agroindustrial em Rio Preto da Eva?

N.A. – De acordo com o secretário de Planejamento, Jório Veiga, “a proposta para lá é a instalação de um distrito agroindustrial com capacidade para transformar os produtos In Natura em produtos industrializados gerando mais valor”. Para isso precisamos recursos da Suframa e do próprio FTI, Fundo Turismo e Interiorização do Desenvolvimento, pago pela Indústria aos cofres estaduais.

FUp – Em conversa com o secretário de Planejamento, Jório Veiga, será um empreendimento sustentável com toda a infraestrutura necessária e com uma governança público-privada, em forma de condomínio. Serão feitas exigências para instalação das empresas e a transferência definitiva do terreno para os empreendedores só após a consecução do projeto. Qual o papel das entidades da Indústria nessa empreitada?

N.A. – Nosso interesse é ver os recursos do FTI aplicados onde manda a Lei. Com esse distrito, o Polo industrial de Manaus terá acesso a produtos que hoje compramos fora do Estado. Algumas empresas precisam, além da alimentação dos colaboradores, insumos para a Indústria instaladas e as que virão. Resinas, óleos vegetais, química fina, fibras, e uma infinidade de produtos que a inovação tecnológica venha a produzir.

FUp – E qual a razão do Ipaam nessa comitiva de negócios regionais?

N.A. – Em nosso Estado o proibicionismo é a tônica do entrave dos negócios. O presidente atual do Ipaam, Juliano Valente entende que o capital não pode ser refem da burocracia, senão não geramos riqueza, empregos e oportunidades. E melhor do que proibir é estar por perto e fazer juntos para gerar prosperidade com sustentabilidade. O projeto da Seplan, segundo o secretário Jório, é construir uma área de eventos e treinamentos. Os cursos serão feitos de acordo com as necessidades: mecânica de máquinas e implementos agrícolas, técnico em Piscicultura, Técnico em Citricultura, laticinios, além de uma área ligada ao turismo ecológico, de lazer, rural ou de aventura, o que vai demandar a qualificação de cozinheiros, garçons, recepcionistas… um trabalho construtivo e interativo.

FUp – E como se dará a participação do Comitê de Apoio ao Desenvolvimento do Agronegócio?

N.A. – Está é a praia do Comitê. Ali nasceram essas iniciativas não apenas para Rio Preto da Eva, claro, mas para todos os integrantes ligados à FAEA, sob a gestão de Muni Lourenço. Estamos percebendo que está na hora de falar menos e apoiar quem está fazendo mais. Nossa reunião é sobretudo um relato do que está dando certo neste ou naquele município e sugerir que os vizinhos possam ajustar as práticas bem sucedidas as realidades específicas de cada região. De acordo com o titular da Seplan, os entraves de sempre terão um olhar especial do poder público para oferecer a assistência técnica, equacionar a questão fundiária e o fomento, partes do processo como um todo.

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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br